Projetos Temáticos
Rede de estudos da língua portuguesa ao redor do mundo
Projeto para o triênio 2014-2017
Coordenação geral: Prof.ª Dr.ª Vânia Cristina Casseb-Galvão (UFG/CNPq)
Objetivo geral: Produzir e recrutar conhecimento descritivo do português com vias a oferecer subsídios para o ensino e a promoção (e valorização) do português em contexto nacional e internacional.
Instituições envolvidas e seus respectivos coordenadores:
USP (Maria Célia Lima-Hernandes); IF-São Paulo (Cristina Lopomo Defendi e Raul Punchel), UFMT (Claudia Grazziano Barros; Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque); Universidade de Macau (Roberval Teixeira); Instituto Politécnico de Santarém – Portugal (Madalena Teixeira) (Pt); Universidade de Pescara – Itália (Kátia de Abreu Chulata); UFRural de Pernambuco (Renata Barbosa Vicente); UFG (Vânia Cristina Casseb Galvão;Leosmar Aparecido Silva); UEG (Déborah Magalhães de Barros); Del Salento (Gian Luigi de Rosa).
Vídeo sobre o projeto REDE.
Obras no prelo:
Livro: DIÁLOGOS SOBRE REALIDADE LINGUÍSTICA E POLÍTICAS DE PROMOÇÃO E DE ENSINO DO PORTUGUÊS AO REDOR DO MUNDO - Editora Pontes
Org. Vânia Cristina Casseb-Galvão
Número Revista Signótica Especial – B1 V. 26
“VOLTA AO MUNDO EM LÍNGUA PORTUGUESA: ENSINO, PROMOÇÃO E CULTURA”
Org. Vânia Cristina Casseb-Galvão
Leosmar Aparecido Silva
Teoria construcional aplicada à análise da gramaticalização e da (inter)subjetividade na fala goiana
Projeto PQ/CNPq 2013-2015
Vânia Cristina Casseb-Galvão
ELPBP
O enfoque do Projeto "Ensino de Língua Portuguesa no Brasil e em Portugal" (ELPBP) é as bases epistemológicas, os objetivos e os conteúdos relativos ao ensino de língua portuguesa nos níveis Fundamental e Médio, no Brasil e em Portugal, considerando os parâmetros oficiais e a visão sócio-discursivo-funcional da linguagem.
Fala Goiana
O Projeto Português Contemporâneo Falado em Goiás - “Fala goiana” se constitui a partir de um conjunto articulado de projetos da área da Teoria e Análise Lingüística, de orientação funcionalista, e objetiva investigar fenômenos de constituição do português do Brasil a partir de variedades lingüísticas visíveis na fala goiana.
Os pesquisadores envolvidos neste projeto estão unidos pela concepção partilhada de que a língua se constitui na atividade interativa, logo, as categorias lingüísticas de naturezas discursiva, gramatical, semântica e lexical estão a serviço da produção de sentido decorrente da atividade cooperativa que é a linguagem em suas múltiplas manifestações. A língua, portanto, é um sistema dinâmico, inacabado, fluido, em processo de constituição. Contribuem para isso processos de mudança em geral e processos de mudança em direção à gramática ou ao discurso – fenômenos que serão tratados a partir dos pressupostos da Teoria da Gramaticalização.
Os pesquisadores aqui reunidos integram o Grupo de Estudos Funcionalistas – GEF – sediado na Faculdade de Letras da UFG desde junho de 2004.
Nesta edição do projeto, o enfoque será o português falado popular, definido assim pelo nível de escolaridade dos informantes (até quatro anos) e serem coletados a partir de condições interativas que favoreçam o desenvolvimento de um discurso informal..
Justificativas para o PFG “Fala goiana”
1. Aspectos sociais do português falado em Goiás
(1) Uma parte significativa de variedades do português brasileiro.
(2) Documentação e análise da língua falada e popular.
(3) Processos constitutivos do português do Brasil.
(4) Identidade sócio-cultural mostrada na modalidade falada da língua.
2. Aspectos da Teoria e Análise lingüística considerados:
(1) Identidade social, lingüística e cultural
(i) Estágio atual do português falado em Goiás.
(ii) Formação lingüística e mudanças na fala cotidiana.
(iii) Constituição formal e discursiva da fala cotidiana.
(iv) Comparação entre o português popular falado e Goiás e o padrão brasileiro culto.
(2) Mudança lingüística
(i) Gramática funcional e mudança gramatical.
(ii) Funcionalismo e estudos labovianos da variação e mudança.
(4) Mudança semântica e suas bases cognitivas.
Objetivos do projeto temático O português falado em Goiás
Geral:
Documentação e análise do português falado em Goiás, considerando-se os aspectos da constituição social e cultural das comunidades de fala envolvidas, visível especialmente em fenômenos gerais de mudança lingüística.
Específicos:
§ Compor um conjunto significativo de informações com vistas a caracterizar a variante do português falada no estado de Goiás a partir de descrições e análises funcionalistas.
§ Promover generalizações a respeito do estágio atual da língua falada nesta região tão peculiar do território brasileiro, tendo como parâmetro o português do Brasil, especialmente a variante culta, amplamente descrita e analisada nas últimas décadas.
§ Observar processos de mudança em curso ou já implementadas em subsistemas específicos da variante goiana, tanto no que diz respeito à organização morfossintática e lexical da língua quanto à organização semântica e discursiva.
§ Atentar, mais especificamente, para os processos de mudança em que se observa a migração de elementos com funções lexicais ou menos gramaticais para funções gramaticais ou mais gramaticais; para mudanças que constituem ou alteram paradigmas na língua, ou, que contribuem para o processamento e a para a organização discursiva. Isso tudo, visando, especialmente, produzir análises sistematizadas dos fatos da língua com vistas a oferecer subsídios para a Teoria da Gramaticalização, arcabouço teórico aos quais estão vinculados os parâmetros para as análises desses processos.
Atividades previstas
A partir do exposto, O projeto Fala Goiana desenvolverá as seguintes atividades:
2.1. Constituição do Corpus do português goiano
A questão básica de um modelo funcionalista é, portanto, a verificação de como os usuários de determinada língua comunicam-se com eficiência. O que está interessa é a competência comunicativa, e não a competência biológica, interesse do formalismo chomskiano, por exemplo. A noção de competência para o funcionalismo está relacionada à capacidade para construir e interpretar as expressões lingüísticas e de usá-las de uma maneira interacionalmente satisfatória.
E é essa competência comunicativa, segundo Martinet (1994, apud Neves, 1997), que deve constantemente guiar o lingüista, pois toda língua se impõe (...), tanto no seu funcionamento como em sua evolução, como um instrumento de comunicação da experiência.
Logo, os objetivos deste projeto impõem a necessidade de se promover um trabalho com dados de língua em uso. Optamos então pela utilização de um aporte metodológico que, ressalvadas algumas críticas, nos permita coletar dados de língua em uso, coletados em situações interativas estimuladas pelos pesquisadores participantes do projeto. Para isso recorremos ás ferramentas da Sociolinguistica laboviana (Labov, 2008; Mollica; Braga, 2004)
Além disso, é fato que a Linguística de corpus tem se desenvolvido como disciplina e vem ajudando a dar uma nova roupagem ao fundamental trabalho de coleta, transcrição e compilação de dados de língua, conforme (Sardinha, 2004). E, a busca pela sistematização dos dados para sustentar os vários projetos integrantes do Fala Goiás exige que organizemos um banco de dados constituído por amostras de fala de comunidades goianas representativas das variantes do português em Goiás.
O corpus a ser constituído para sustentar as pesquisas que ora propomos terá a seguinte especificação:
1. Comunidades de fala: inicialmente, Goiânia, num segundo momento, Cidade de Goiás e Porangatu, respectivamente, a capital atual, a primeira capital do estado (distante 130 km de Goiânia) e uma cidade de formação mais recente, ao norte do estado. Para cada uma dessas comunidades será composta uma amostra de dados e elas terão simetria quanto ao perfil dos sujeitos de pesquisa.
2. Perfil social dos sujeitos de pesquisa (informantes): homens e mulheres (mínimo quatro de cada sexo), com escolaridade variando entre zero e quatro anos, divididos em três faixas etárias, menos de trinta anos; de trinta a cinqüenta e cinco anos e acima de cinqüenta e cinco anos. (ver também fala culta)
3. Tipos de inquéritos: entrevistas com documentador, ou fala monitorada, , em termos de Labov (2008), situações em que os informantes serão conduzidos a contar experiências vividas na comunidade, situações de perigo, etc....
O corpus constituído para este Projeto Temático de Equipe será de domínio público, salvaguardados o direito de voz e o sigilo sobre a identificação pessoal do informante, e será disponibilizado em rede para acesso público.
Serão observados todos os procedimentos éticos relativos à coleta e à documentação de dados e todas as exigências relativas ao registro junto aos órgãos reguladores da pesquisa no âmbito da UFG.
Entre as atividades relativas à execução do projeto está previsto um seminário interno para a definição dos aspectos operacionais da composição das amostras.
2.2. Investigação de temas de relevância
2.2.1. Variação e mudança no português goiano
Débora Magalhães de Barros. O(des)uso do reflexivo na fala goiana. Dissertação de Mestrado.
2.2.2. Mudança gramatical no português goiano
O enfoque do Projeto "Ensino de Língua Portuguesa no Brasil e em Portugal" (ELPBP) são as bases epistemológicas, os objetivos e os conteúdos relativos ao ensino de língua portuguesa nos níveis Fundamental e Médio, no Brasil e em Portugal, considerando os parâmetros oficiais e a visão sócio-discursivo-funcional da linguagem.
Subprojetos:
Vânia Cristina Casseb-Galvão. Expressões evidenciais derivadas de “dizer”.
Déborah Magalhães de Barros: O (des) uso do reflexivo no dialeto goiano. Dissertação de Mestrado. FL/UFG. Docente da Universidade Estadual de Goiás / UEG. Campus Cora Coralina.
Leosmar Aparecido Silva: A gramaticalização de “até que” e “nem que” no português falado de Goiás. Tese de Doutorado.
FL/UFG. Docente da Faculdade de Letras da UFG
Lennie Aryete Dias Pereira Bertoque. As construções de voz na fala goiana. Tese de Doutorado. FL/UFG. Docente da Universidade Federal de Mato Grosso/UFMT. Campus Universitário doAraguaia.
Outros projetos previstos:
Dissertações de mestrado previstas para serem desenvolvidas no decorrer do projeto (3): Funcionalidade e uso do modo imperativo na fala goiana / A ordenação preferida no dialeto goiano / Aspecto e gramaticalização na fala goiana.
Teses de doutorado (2): O paradigma de auxiliaridade no dialeto Goiano visto à luz da Teoria da Gramaticalização (???).
Padrões de perspectiva na fala Goiana (Lennie Ariete Bertoque).
Bolsas PIBIC (3): As variáveis sociais na formação de corpus de língua falada: delimitação e outros fenômenos relativos.
Bolsas PROLICEN (voltadas para a licenciatura em Língua Portuguesa) (3): Projetos que enfoquem a importância do trabalho com dados de fala no ensino de Língua Portuguesa no ensino fundamental. A fala como um estágio do contínuo de modalidades da língua portuguesa.